{Referências de pesquisa: Conversa com Bruno Vieira e Bruno Vilela; Catálogo da Mostra Rio Arte Contemporânea (Rio de Janeiro, 2002); http://www.brunovilela.com.br}
Um armário-arquivo e muitos portfólios de artistas e/ou grupos são os materiais do projeto "O Cura-dor".
Para realizar o "Cura-dor" os artistas do Grupo O Aleph reúnem todos os projetos e portfólios não selecionados em concursos e salões de arte e os apresentam no mesmo local da exposição (essa que apresenta as obras selecionadas ou premiadas "oficialmente" pelo salão). Cura dor deve passar pelo mesmo processo de seleção que as demais propostas, e os curadores/organizadores selecionam o "Cura dor" e consentem em expor esses portfólios não selecionados. Um contato com os artistas não selecionados é feito para que autorizem sua disponibilização.
Criando uma imensa brecha na relação de segredo por meio dos quais os organizadores de concursos se manifestam, com a ação, os artistas trazem ao mesmo par de visibilidade "aceitos"e "rejeitados" - colocando em relação direta dois lados da mesma moeda. O que não acontece para apresentar justificativas a vencedores e perdedores, mas pelo contrário, o feito transita num limite geralmente invisível, ao permitir que mesmo aqueles não selecionados tenham algum tipo de participação no evento.
Coloca-se em questão ao mesmo tempo, a linguagem à qual seus trabalhos originais são "traduzidos" para processos de seleção (a do portfólio e do projeto), formatos que talvez não sejam as melhores formas de falar de suas intensões artísticas.
Realização:
2001. 58° Salão Paranaense. Curitiba; 2002. Salão Prima Obra, Funarte, Brasilia; 2003. Mostra Rio Arte Contemporânea, Rio de Janeiro (Selecionado porém não exposto, já que a obra segundo os organizadores não era "inédita").
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