SUBSTITUIÇÃO

 

O >DESARQUIVO não ocupa o lugar da obra de ARTE. A dimensão acontecimental das práticas artísticas não é nova, mas sim a forma da abordagem sobre o acontecimento das práticas, do acontecimento das obras de arte. A possível extinção do objeto de ARTE estável espaço-tempo atiça novas práticas historiográficas e documentais, fazendo do >DESARQUIVO um local de criação, produção, comunicação e aprendizagem. Instala discursivamente um modo de aparição dos > EVENTOS e > ESTRATÉGIAS, mas não substitui os mesmos.

A investigação crítica das obras (crítica institucional, arte relacional, arte crítica, arte e política, arte e ativismo) e as reinscrições tomadas aqui por ESTABILIZAÇÕES MOMENTÂNEAS, observadas em suas formas perceptivas e relacionais, propõem atuar diretamente numa possível dicotomia entre as formações críticas e sensíveis. O Desarquivo.org propõe atuar conjugando dimensões críticas, analíticas, inteligíveis, poéticas, sensíveis e expressivas que apresentam as novas CONDIÇÕES DE PRESENÇA ou realização das práticas artísticas.

A indeterminação dos processos artísticos atuais, caracterizados por >ATRAVESSAMENTOS como os apresentados no >ARGUMENTO (e por uma precariedade iminente), é a mesma indeterminação do coeficiente histórico destes procedimentos. Por isto, os arquivos produzem sentido no momento mesmo da investigação de seus itens e materiais e da produção de novos signos e valores dados à especificidade ou imprevisibilidade das relações. Na poética e nos processos estéticos dos arquivos...

O arquivo existe na dimensão que o articula: o DESARQUIVAMENTO, uma forma de poiese que ele inicia. O DESARQUIVO, desviando da noção de uma obra de artista ou obra arte, torna-se um agenciamento artístico desejando expor e dispor possíveis acontecimentais, interagindo diretamente com os >AGENTES, sem que estes se convertam essencialmente em arquivistas, mas que possam ser tocados por esta iniciativa e dela participar / MEMÓRIA SENSÍVEL / .