REVISTA
Revista Número, nº 8, novembro, 2006.
Tiragem: 8.000 exemplares
Editoras: Fernanda Pitta e Thais Rivitti
Corpo Editorial: Carla Zaccagnini, Cauê Alves, Fernanda Pitta, Guy Amado, José Augusto Ribeiro, Tatiana Sampaio Ferraz e Thais Rivitti.
Conselho: Daniela Labra e Taisa Pascale Palhares
Colaboradores: Aristóteles Barcelos Neto, Daniel Acosta, Heloísa Espada, José Bento Ferreira, Orlando Maneschy, Santiago
Garcia Navarro, Taisa Helena Pascale Palhares e Valéria Piccoli.
Projeto Gráfico: Transição Listrada
Produção: Danielle Rocha
Produção de arte: Tatiana Ferraz
{do editorial}
"Quais são os limites da arte? De saída, devemos esclarecer
que adotamos o termo “limites” para esta Oito
baseados em duas acepções: como fronteira territorial
e como possibilidade de demarcação de um campo de
análise: o artístico.
No que diz respeito à primeira definição, coube questionar
a existência de condicionantes territoriais das manifestações
de arte. É pertinente falar numa especificidade especificidade
da arte brasileira, ou mesmo latino-americana, hoje?
Sob esse ponto de vista, Valéria Piccoli analisa a formação
da idéia de identidade brasileira no pensamento e na
arte no século XIX, trazendo à tona questões que, talvez,
ainda informem a produção atual. Taisa Palhares apresenta
um texto sobre o modo com que a arte brasileira é
vista hoje no contexto internacional.
Os outros textos da edição se referem aos limites da
estética em relação a outros campos, além do artístico.
Guy Amado recorre a algumas noções filosóficas para
pensar a modalidade do extreme surf (surfe de ondas
gigantes) como ponto de partida para uma reflexão
sobre os limites da experiência estética. O antropólogo
Aristóteles Barcelos Neto apresenta dados sobre a
cultura dos índios Wauja, do Alto Xingu. Será que arte é
uma noção válida para civilizações que não foram fortemente
impregnadas pelas idéias da Europa Ocidental?
Heloísa Espada investiga a convivência, dentro do projeto
construtivo dos anos 1950, dos pressupostos concretos e
da arte dita virgem, de naifs, crianças e doentes mentais.
Santiago Navarro colabora com um artigo reflexivo sobre
a impertinência da separação em categorias artísticas
ou políticas daquilo que chama de “processos criativos
de novas formas de sensorialidade”. A breve entrevista
com Javier Barilaro procurou debater a mesma questão
a partir do projeto Eloísa Cartonera, que participa da 27ª
Bienal de São Paulo. Orlando Maneschy discute os lugares
e os usos da fotografia na arte contemporânea.
José Bento Ferreira resenha o livro A Transfiguração do
Lugar-Comum, de Arthur Danto, que coloca a questão: o
que separa os objetos cotidianos de seus “duplos” artísticos?
As editoras da Oito, Fernanda Pitta e Thais Rivitti,
perguntam qual é o lugar da crítica de arte na 27ª Bienal
de São Paulo. Dando seguimento à série de entevistas
com críticos e curadores, iniciada na Sete, na Oito entrevistamos
Moacir dos Anjos e Paulo Sérgio Duarte.
A Número Oito é resultado de um processo que trouxe
um fôlego renovado à revista, a aprovação de nosso
projeto editorial pelo Programa Cultura e Pensamento,
do Ministério da Cultura, que viabiliza a edição de duas
edições da revista, a Oito e a Nove. Tal novidade impôs
novas condições de trabalho para a revista, que teve que
abrir mão do contato próximo com seus colaboradores
uma vez que, nesta edição, a maioria deles vive e atua
em outras regiões do Brasil ou mesmo no exterior,
ganhando, entretanto, uma ampliação de seu âmbito de
debate.
A escolha da revista pelo MinC ratifica a boa acolhida
que temos hoje, no cenário cultural brasileiro, e é
entendida por nós como o reconhecimento do trabalho
conjunto de todos os colaboradores, incentivadores,
apoiadores e patrocinadores, e sobretudo, do esforço de
todos aqueles que passaram pelo corpo editorial dessa
revista nesses 3 anos de existência. A partir dessa
edição, a Número passa a contar com um conselho, que
divide com o corpo editorial a concepção intelectual da
revista, além de articular novos diálogos."
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