SPLAC!

Enviado por ex0d0, ter, 2011-08-23 01:13


São Paulo

{Referências de pesquisa:http://mapeia.wordpress.com/historico-eia/}

SPLAC 2005 – Este salão independente usou a ironia para fazer de atos de desobediência civil, arte cidadania. Constatada a urgência do abuso da publicidade imobiliária no espaço público nos mobilizamos para de alguma forma realizar um ato que surpreendesse a sociedade e as entidades privadas desse setor com relação a tais práticas abusivas. A irreverência foi o principal argumento para desenvolver esse projeto. O SPLAC! contou com a participação de mais de uma centena de trabalhos e repercussão em jornais, aumentando o grau de discussão e consciência sobre o papel e os limites propaganda e da especulação imobiliária. Estabelecemos uma produtiva parceria com o coletivo Esqueleto Coletivo e o Espaço Coringa. A trajetória desse processo pode ser contada em 2 etapas :

1ª etapa – 2 meses de reunião, encontros e articulações para gerar uma ação em 3 atos, ato 1 – retirar de circulação o máximo possível de placas, de anúncio imobiliário do espaço público que se encontrassem em situação irregular segundo as normas de publicidade urbana, durante uma sexta-feira à noite. Ato 2 – abrimos o ateliê durante todo o dia de sábado para convidados e interessados e a realização e produção artística sobre esse suporte : a placa imobiliária. Ato 3 – realização de uma mostra com os resultados dessa jornada em uma praça pública criando um ambiente cultural provocativo. Foram realizados 50 trabalhos nas placas, mais de 30 artistas e coletivos participaram com trabalhos entre desenhos, colagem, poesia, murais, painel de recado, instalações, pinturas, brincadeiras e arquiteturas precárias.

2ª etapa – Com a finalização da mostra na praça pública, as placas migraram para compor um acervo de resistência junto a ocupação Prestes Maia, então a maior ocupação vertical de sem teto da América Latina, com aproximadamente 2000 moradores, e demais movimentos sociais de moradia. A utilização nômade desses suportes ganhou volume crítico durante o Julho de Resistência Cultural, em 2005, quando foi criado um campo de resistência para fazer frente a ameaça de violenta reintegração de posse. As placas foram expostas na avenida em frente a ocupação todos os sábados de julho, como parte das ações articuladas do Integração Sem Posse, movimento de artistas e movimento social por habitação. Além das placas, a avenida foi ocupada com apresentações de performances, pirotecnias, conversas e ações diversas. Esta ação conjunta, autônoma e independente causou um impacto na produção artística em questão, descolando pessoas para ocupação e fazendo dela uma galeria de arte efêmera em pleno centro de SP, em e em condições autônomas e independentes. A ação dos coletivos de artistas bem como a biblioteca do então morador da ocupação, Seu Severino, causou profunda transformação em como a a população enxergava o local, em uma importante e difícil lição do poder da resistência cultural.


2005


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