Recife

{do site da Revista Tatuí, 2019}

 

Surgida, em 2006, como iniciativa independente de estudantes do curso de Licenciatura em Ed. Artística/Artes Plásticas da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), a revista Tatuí foi, desde seu princípio, um dispositivo para a experimentação das possibilidades da crítica de arte, em razão do que, já em seu primeiro número (produzido ao longo do SPA das Artes ‘06), a revista apostava na ideia de uma “crítica de imersão”.

Interessada em esgarçar o legado moderno da crítica de arte em suas ideias de distanciamento e de imparcialidade, a Tatuí buscou, ao longo de seus 14 números, produzir debates e abordagens críticas avessas a quaisquer ideias de neutralidade. A crítica engendrada pela revista foi, assim, sempre da ordem da tomada de posição, do engajamento e da contaminação entre os diversos sujeitos – dentre eles, também as obras de arte – implicados no exercício de um pensamento crítico.

Suas estratégias editoriais foram plurais e, de modo geral, organizaram-se em dois eixos: de um lado, processos imersivos; de outro, recortes temáticos. Assim como ocorreu nas edições 1, 3, 00, 10 e 13, a ideia de uma crítica de imersão foi expandida e tensionada ao longo de residências editoriais que se deram em contextos variados, durante as quais os editores e editoras convidados/as conceberam coletivamente modos de se fazer crítica de arte, de textos a filmes. Por sua vez, as edições temáticas visaram provocar, a partir de questões contundentes, um debate crítico público, denso e diverso, em que posições estéticas, políticas e sociais fossem continuamente friccionadas e complexificadas.

Até 2015, quando concluiu sua trajetória, a Tatuí havia publicado quase 200 textos/intervenções críticas de dezenas de autoras e autores de todo o Brasil (e, em alguns casos, estrangeiros/as). Artistas, pesquisadoras/es, críticas/os, curadoras/es, educadoras/es, escritoras/es, jornalistas, filósofas/os, sociólogas/os e tantas outras e outros autoras/es colaboraram solidária, generosa e intensamente com seus projetos editoriais, os quais foram também constituídos por projetos gráficos singulares que fizeram, da relação entre imagem, espaço e texto, um profícuo território para a criação e a crítica.

Para viabilizar essa trajetória, além da contribuição espontânea que tornou possível a sua primeira edição (um fanzine produzido em fotocópia), a Tatuí contou com aportes da Prefeitura da Cidade do Recife, do Governo do Estado de Pernambuco e do Governo Federal. Contou, ainda, com a colaboração de dezenas de doadores que tornaram possível, por meio de uma campanha de crowdfunding, a sua edição número 12.

Este site reúne as muitas partes dessa trajetória de nove anos: revistas, textos, fotos, vídeos, reflexões críticas, depoimentos, registros das residências e dos laboratórios editorias ministrados em diferentes cidades. Trata-se, por isso, de um arquivo público, disponível a todas e todos que se interessam pelo exercício da crítica de arte e, em especial, pela trajetória da Tatuí.

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{Fonte: http://issuu.com/tatui}

 

A Tatuí, revista de crítica de arte com versões online e impressa, surgiu, no Recife, em 2006, a partir do encontro de críticos de arte em formação. Seu primeiro número, em forma de fanzine, foi concebido durante o SPA das Artes (evento anual de artes visuais da cidade), sob a ideia de uma crítica de imersão, experimento de crítica de arte que pretendia não se vincular à concepção de distanciamento crítico. Nos números seguintes da Tatuí, modificaram-se as intenções editoriais. Com outra configuração de equipe, a revista – mantendo seu caráter de independência, experimentalismo e pluralidade – tem proposto debates aos quais se agregam colaborações diversas cujos conteúdos alicerçam um observatório acerca da arte hoje produzida, em especial, no Brasil.


2006 -


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