Tramas Cartográficas Contemporâneas: sobre política, representação e produção da cidade

Enviado por aarquivista, qui, 2021-02-11 16:14


Salvador

Tese de doutorado apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Urbanismo da Universidade Federal da Bahia – PPGAU/ UFBA – como requisito parcial para obtenção do título de doutora em Urbanismo.

Orientadora: Dra. Ana Maria Fernandes Co-orientador: Dr. Henri Acselrad

Resumo:

A tese “Tramas cartográficas contemporâneas: sobre política, representação e produção da cidade” compõe-se do questionamento do estatuto da representação, apontando para a hipótese de que a cartografia, ao lado de outros mecanismos sócio- espaciais conhecidos, concorre para produzir a cidade. Partimos do pressuposto que se apresenta uma irredutível tensão entre hegemonia e emergência; dominação e insurgência ou ainda regulação e emancipação. As relações desencadeadas no e pelo movimento da constituição das tramas territoriais e cartográficas aderem aos engendramentos desses polos condensadores de sentidos. Trata-se de um movimento cujas configurações territoriais e cartográficas sentenciam múltiplos arranjos políticos, dada a natureza do jogo de representações em plena composição, tensionamento, sobreposição e imbricamento na cidade. A tese estrutura-se por dois eixos, a revisão da literatura comprometida com a crítica da cartografia moderna e a formulação de categorias alternativas à epistemologia científica que lhe atribui legitimidade; e a exploração de estudos de casos articulados, que permitem pôr em relação a produção do espaço urbano, os sujeitos sociais implicados e as disputas políticas instauradas nestes engendramentos. A dimensão política trava a contenda central destas especulações, que persegue a princípio a seguinte pergunta: “qual é a ação política a que o gesto cartográfico serve efetivamente de suporte e quem é o sujeito do mapeamento?” (ACSELRAD, 2010, p. 11) Desta questão desdobram-se outras duas: em que medida se correspondem ação política e modo de representação? E, que cidades são instauradas/ produzidas na contemporaneidade, mediadas e mediante tais práticas cartográficas? Este conjunto de indagações guiam as problematizações das tramas agrupadas pelas seguintes expressões: escriturísticas a contrapelo; liminaridades sobre o estatuto do real; pesquisa, observatório e mídia; participação e plasticidade; encruzilhadas entre táticas e estratégias. Tais expressões depreendem-se da discussão sobre Cartografia Social; o Mapeamento dos terreiros de Salvador/ e das Casas de religião de matriz africana do Rio de Janeiro; o Guia de Ruas da Maré; a Cartografia da Ação Social; os Observatórios das Remoções e de Conflitos urbanos da cidade do Rio de Janeiro; o evento Cartografias Insurgentes; os projetos Solos Culturais, Guia Cultural de Favelas e Wikimapa. Nesse espectro traçamos questões sobre os regimes de legitimidade, de visibilidade e de ação que constituem diferentes modos de existência das territorialidades e dos sujeitos na cidade contemporânea.

 

 


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