Lastro - intercâmbios livres em arte



Beatriz Lemos

Rio de Janeiro / São Paulo

{do site do lastro}

Ao longo de 15 anos, a plataforma Lastro vem desenvolvendo programas de residências, exposições, publicações e ciclos de estudos em diversos países, contando com colaborações coletivas e autônomas. Lastro se configura enquanto rede de arte, cultura e educação, onde questionamentos artísticos, críticos e políticos a partir das experiências do migrar e trasladar fundaram conceitualmente suas práticas de pesquisa, educação e curadoria.

Lastro baseia-se na colaboração, na autonomia e no pensamento crítico em arte. Enquanto rede, projeto, plataforma e iniciativa de pesquisa, pode assumir tais características de acordo com o contexto proposto, configurando-se, portanto, a partir de residências, conexões afetivas, grupos de estudos, exposições, publicações, biblioteca, arquivo vivo, cursos livres e ativações na programação de espaços culturais. Em todos os casos, seu alicerce é a autogestão. Com coordenação geral da curadora Beatriz Lemos, a plataforma promove ações em contextos latino-americanos, atuando nos campos da prática artística, curadoria, pesquisa, escrita, edição e educação.

Tendo iniciado no ano de 2005, em Buenos Aires, como uma iniciativa de intercâmbios de portfólios entre artistas do Rio de Janeiro e Buenos Aires , o projeto se desenvolveu nos dez primeiros anos com o objetivo de pesquisa e catalogação de agentes e espaços de arte latino-americanos, motivado pela escassez de iniciativas similares, que promovessem relações profissionais no campo da arte contemporânea entre os países do continente, e buscando  atuar na aproximação das produções por meio da criação de pontes entre artistas, instituições e projetos autônomos. Ao longo desse período, foram realizadas 17 residências que se desdobraram em uma plataforma digital, entre 2010 e 2015, com cerca de 2 mil usuários cadastrados. Essa plataforma divulgava convocatórias, eventos, fóruns de debates e ensaios críticos sobre arte e cultura contemporânea da Argentina, Colômbia, Chile, Equador, Bolívia, Paraguai, Venezuela e Cuba. Além do mapeamento on-line, o projeto também se constituiu em uma biblioteca com cerca de novecentos títulos, entre catálogos e livros de arte contemporânea, história da arte e sociologia, editados em países da América do Sul e Cuba.

Após completar sua primeira década de atuação, a plataforma passou a conduzir projetos coletivos. As residências e exposições Lastro em campo – percursos ancestrais e cotidianos (2015/2016) e Travessias ocultas – Lastro Bolívia (2016/2018) foram realizadas por meio de dinâmicas de autogestão para a captação de recursos, logísticas de viagens e conceitualização geral.

Atualmente a plataforma se dedica aos estudos curatorial e educacional com o foco no pensamento anticolonial, antirracista, antipatriarcal e anticapacitista em correlação com a arte contemporânea, através da elaboração de oficinas, seminários e, principalmente, a partir do Grupo de Estudos Lastro.

Este site traz ao público a trajetória da plataforma Lastro com um conteúdo selecionado de textos, fotografias, vídeos e referências bibliográficas. As informações aqui contidas foram produzidas em diferentes momentos do projeto pela direção geral de Beatriz Lemos e agentes que colaboraram em residências, exposições, oficinas e diversos eventos por Abya Yala.

Lastro existe – e resiste – enquanto estratégia para o coletivo, tomando a experiência como ferramenta de diálogo. Em suma, um projeto autônomo e livre em seus enlaces.


2005



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