Texto

Um lugar após o outro: anotações sobre site-specificity

Enviado por aarquivista, sab, 2018-04-14 18:05


Miwon Kwon

Los Angeles

Tradução de Jorge Menna Barreto

Publicado originalmente na October. 80, primavera, 1997: 85-110. Publicado nesta versão em português na revista Arte & Ensaios. 

 

"Site-specificity costumava implicar algo enraizado, atrelado às leis da física. Freqüentemente lidando com a gravidade, os trabalhos site-specific costumavam ser obstinados com a “presença”, mesmo que fossem materialmente efêmeros e inflexíveis quanto à imobilidade, mesmo em face do desaparecimento ou destruição. Fosse den- tro do cubo branco ou no deserto de Ne- vada, orientada para a arquitetura ou para a paisagem, a arte site-specific inicialmente tomou o “site” como localidade real, reali- dade tangível, com identidade composta por singular combinação de elementos físicos constitutivos: comprimento, profundidade, altura, textura e formato das paredes e sa- las; escala e proporção de praças, edifícios ou parques; condições existentes de ilumi- nação, ventilação, padrões de trânsito; ca- racterísticas topográficas particulares. Se a escultura moderna absorveu seu pedestal/ base para romper sua conexão com ou ex- pressar sua indiferença ao site, tornando-se mais autônoma e auto-referencial, e portan- to transportável, sem lugar e nômade, então trabalhos site-specific, quando emergiram no despertar do minimalismo, no final da déca- da de 1960 e início da seguinte, forçaram dramática reversão nesse paradigma modernista.Contrariando a afirmação “Se você tem que trocar uma escultura por um site, há algo errado com a escultura”, a arte site-specific, quer interruptiva ou assimilativa, desistiu de si própria por seu contexto ambiental, sendo formalmente determinada ou dirigida por ele. (...) "

 


1997



Relacionados