Texto

Temporalidades, permanências e apagamentos

Enviado por ex0d0, seg, 2015-07-13 19:40


Rio de Janeiro

{da apresentação do texto}

 

"Este texto surgiu de antigas preocupações com o lugar dos museus na formação do tecido das cidades, mas também de muitas conversas com a artista Leila Danziger não só em visita ao mais novo museu da cidade, o MAR, como durante nosso passeio-visita à região do Sítio Arqueológico do Cais do Valongo, Pedra do Sal, Morro da Conceição e Instituto dos Pretos Novos. Entretanto, as primeiras anotações foram escritas após a participação no cortejo do Coletivo Opavivará, que em 2012 fez uma deriva pela região, anotações que se foram desdobrando durante a participação no desfile do bloco carnavalesco Escravos da Mauá, em fevereiro de 2013, que teve como tema a memória do cais, assim como a ativação dos lugares, das ações, da música, do trabalho, dos homens e mulheres do lugar, marcada pela história aviltante do tráfico e mercantilização de escravos." (Sheila Cabo Geraldo)

 

{do texto original}

 

(...) "Os museus que tomamos como paradigma são o Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro – MAM, e o Museu de Arte do Rio – MAR. O MAM surge como entidade civil, tendo ocupado em 1948 sua primeira sede e, a partir de meados dos anos 50, o prédio desenhado por de Affonso Eduardo Reidy, no Parque Brigadeiro Eduardo Gomes, hoje conhecido como Aterro do Flamengo. Possui, desde sua inauguração, acervo de obras modernas formado por doações e, depois, pela coleção de Gilberto Chateaubriand ali colocada em regime de comodato em 1993, após o incêndio de 1978, que destruiu em torno de novecentas das mil obras existentes.

O MAM está cercado pelos jardins de Burle Marx, incluído no risco do Parque do Flamengo, realizado a partir do plano de Reidy para o Aterro do Flamengo e desenvolvido pela paisagista Maria Carlota de Macedo Soares (Lota). Constitui uma das principais peças do projeto de renovação da cidade e remonta ao final dos anos 20 e início dos 30, com a presença na cidade do urbanista francês Alfred Agache, que introduziu entre os jovens arquitetos e urbanistas, como Reidy, três conceitos da nova e moderna cidade: a ideia de cidade funcional; a valorização do espaço público enquanto espaço educativo de massas; o planejamento em grande escala. O Aterro foi idealizado como alternativa viária de ligação entre regiões distantes da cidade, assim como espaço público representativo da modernidade dos anos 50 e 60, da cultura do automóvel e da sociedade de massas. O Parque, por seu lado, foi pensado como alternativa paisagística que quebrava a concepção de paisagem europeia da reforma de Pereira Passos." (...)


2014



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