ARTIGO publicado originalmente em
Revista Arte & Ensaios | revista do ppgav/eba/ufrj | n. 26 | junho/julho 2013
Rio de Janeiro, RJ
Edição bilingue português / alemão
{do artigo}
"O outro manto traz a palavra mar rasgada na pele do dorso de um artista, em ação no MAM do Rio de Janeiro. A escrita poderia reter todas as linhas em sua crueza atual. O contorno da palavra cerzida na pele, em sua luminosidade diáfana, pode, porém, sugerir com o tempo fantasmagorias, interferências e cruzamentos de outras instâncias e de outros extremos-atuais, atravessando cama das e camadas de códigos.
Entre as duas capas, é preciso dizer, houve um institucionalizar global e local, uma captura funesta dos atos artísticos – de seu significado e memória [o furor de arquivo
de que fala Suely Rolnik, e que se exacerba na última década]. Ao mesmo tempo, a organização da cidade promove de modo vertiginoso suas ambições ao controle do aparato cultural, levando a um desmantelamento das conexões mais vibrantes, talvez reanimadas com as manifestações que se espalham em rede, o chamado levante das ruas desses últimos dias de junho de 2013. Acompanhar as aventuras da produção artística contemporânea, entretanto, significa aprender a lidar criticamente com os múltiplos aspectos do sistema de arte, atravessados por várias linhas de poder e pela mobilidade do capital." Cecilia Cotrim